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Polícia investiga morte de mãe e bebês gêmeas após parto em hospital de Sobral

A família da gestante Maria Madalena Marques Veras, 27, de Guaraciaba do Norte, procurou a Polícia Civil para pedir uma investigação da morte da mulher, que ocorreu na Santa Casa de Misericórdia de Sobral na segunda-feira, 16. A paciente e as filhas gêmeas morreram após o parto.

Segundo a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), as circunstâncias das mortes são apuradas pela Delegacia Regional de Sobral. Um inquérito policial foi instaurado no dia seguinte aos óbitos da gestante e das duas bebês.

Conforme nota da Prefeitura de Guaraciaba do Norte, Madalena deu entrada no hospital municipal com “gravidez gemelar de risco”, no último dia 3 de outubro. A paciente foi transferida no mesmo dia para o Hospital Madalena Nunes, administrado pela Sociedade Beneficente São Camilo e localizado em Tianguá.

Madalena chegou à unidade de Tianguá com 34 semanas de gravidez. “Após realização de exames clínicos e de imagem foi constatada a necessidade de internação dos bebês em UTI Neonatal depois do nascimento”, afirma o hospital por meio de nota.

O texto detalha que a maternidade estava com ocupação quase integral da UTI Neonatal, tendo apenas um leito disponível. Por isso, foi solicitada a transferência de Madalena para o hospital de referência, a Santa Casa de Sobral. Não havia indicação de cesárea imediata.

“Informamos que em nenhum momento a transferência de M.M.M.V. foi preterida em relação a outras emergências, já que cada paciente necessita de uma assistência específica e as vagas são liberadas pelo Sistema de Regulação do Estado do Ceará de acordo com o perfil patológico e as respectivas vagas”, diz o hospital.

Já na Santa Casa, Madalena foi internada no dia 7 de outubro, “com uma gravidez de 34 semanas e cinco dias, com suspeita de gestação de gêmeos idênticos compartilhando uma placenta e duas bolsas [amnióticas], e com um dos bebês mostrando sinais de crescimento abaixo do esperado para a idade gestacional”, segundo nota do hospital sobralense.

Depois de dez dias, em 16 de outubro, o parto foi realizado. O hospital explica que a espera teria ocorrido para que a gestação chegasse até às 36 semanas “para evitar problemas associados à prematuridade”.
No entanto, Madalena teve um descolamento prematuro da placenta antes da cesariana planejada. Segundo a Santa Casa, antes do parto os batimentos cardíacos dos bebês estavam normais.

O que levou a perda da mãe, conforme a nota, foi a formação de coágulos sanguíneos decorrentes do descolamento da placenta. “Podem causar problemas respiratórios e choque obstrutivo. Infelizmente, isso levou à perda da paciente”, diz o texto enviado ao O POVO pelo hospital.

(O Povo)