161 anos de Delmiro Gouveia: O gigante ipuense que moldou o nordeste
Ipu, Ceará, 5 de junho de 2024 – Há 161 anos, nascia em Ipu, Ceará, Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, figura ímpar na história do Nordeste e do Brasil. Mais do que um empresário de sucesso, Delmiro foi um visionário que impulsionou a industrialização da região e deixou um legado de pioneirismo e inovação.
Nasceu na Fazenda Boa Vista, no município de Ipu, no Ceará, filho da pernambucana Leonila Flora da Cruz Gouveia com o cearense Delmiro Porfírio de Farias. Sua família transferiu-se em 1868 para o estado de Pernambuco, onde se estabeleceu na cidade de Goiana, mudando-se para o Recife em 1872.
Delmiro desde cedo demonstrou sua perspicácia e espírito empreendedor. Aos 15 anos, já trabalhava como cobrador em um trem urbano no Recife, onde logo se destacou por sua inteligência e capacidade de trabalho. Sua trajetória profissional o levou ao ramo de couros, onde prosperou e acumulou capital.
Em 1907, Delmiro Gouveia tomou a ousada decisão de construir a Usina Hidrelétrica de Angiquinho, no Rio São Francisco. Essa obra, concluída em 1911, representou um marco na história do Nordeste, pois foi a primeira usina hidrelétrica da região e a segunda do país. A energia gerada por Angiquinho impulsionou o desenvolvimento industrial e social da região, abrindo caminho para a criação de novas empresas e a geração de empregos.
Mas Delmiro Gouveia não se limitou ao setor elétrico. Ele também foi responsável pela construção do Mercado Modelo Coelho Cintra, no Recife, considerado o primeiro centro comercial brasileiro. Além disso, investiu em diversas outras áreas, como na produção de cimento, têxteis e papel.
Delmiro Gouveia foi assassinado em 1917, em território alagoano, em Delmiro Gouveia, na época Povoado Pedra, que pertencia à Água Branca. Até hoje, positivamente, não se sabe quem foi o responsável (ou responsáveis) pela sua morte. Dizem uns que a iniciativa partiu de trustes estrangeiros, outros afirmam que se trata de um crime com raízes em vingança por questões amorosas, dentre outras versões. Apesar de sua morte prematura, Delmiro Gouveia deixou um legado duradouro. Seus empreendimentos continuaram a prosperar e contribuíram para o desenvolvimento do Nordeste. Sua história inspira novas gerações de empreendedores e visionários que buscam construir um futuro melhor para o Brasil.
Homenagem a um ipuense ilustre
Em Ipu, sua cidade natal, Delmiro Gouveia é homenageado com uma escola, uma praça e um distrito que leva seu nome. No ano em que se comemora o 160º aniversário de seu nascimento, Delmiro Gouveia continua a ser uma referência para o Nordeste e para o Brasil. Sua história de luta, trabalho e empreendedorismo serve de exemplo para todos aqueles que acreditam no poder da iniciativa individual e no potencial de desenvolvimento da região.